Pegamos um avião para Salvador, para começar a aventura nessa Chapada que há tempos almejávamos. Chegamos em Salvador já de noite, alugamos um carro e rodamos apenas 120 km neste dia, até Feira de Santana.
Quem não quiser percorrer de carro os 400 km de Salvador até lá, pode pegar um voo direto para Lençóis. Neste caso, vai economizar um pouco de tempo, mas o voo para Lençóis é bem mais caro. De qualquer forma, como a chapada é bem grande, o recomendado é alugar um carro mesmo, para não ficar dependente dos passeios fechados. Bem, pelo menos nós preferimos montar o roteiro com mais liberdade.. mas isso é estilo de cada um :). A preços mais ou menos tabelados e não abusivos você encontra passeio para qualquer atrativo da chapada.
Dia 1
Após pernoitarmos, aí sim.. renovados para começar a desbravar os interiores da Bahia. Acordamos cedinho rumo à primeira e famosa atração da Chapada Diamantina, o Poço Azul.
Rodamos cerca de 300 km, umas 4 horas mais ou menos, sem parar para nada rsrsrs
A grande graça neste poço é conseguir pegar a luz entre 12h30 e 14h00, pois é quando a combinação entre as formações rochosas, a transparência da água e a incidência da luz solar criam uma atmosfera mágica. É muito incrível mesmo! E, diferente dos outros poços e grutas com a mesma característica por lá, como o Poço Encantado e a Gruta Azul, no Poço Azul é permitido fazer flutuação e sentir de um ângulo bem mais interessante os efeitos dessa magia.

A gente chegou lá na atração debaixo de chuva. Mas não esmorecemos rsrsrs. Após cerca de uma hora, mais ou menos, na fila de espera, fomos agraciados com a presença do astro rei! E segue aí o resultado.

Para chegar no Poço Azul não precisa contratar guia.. pode ir por conta própria. Apenas já lá dentro é que um guia te acompanha, já incluído no preço de entrada: R$ 30 por pessoa e inclui a flutuação. Vale demais!!!
Comemos um pastel (muito bom, por sinal), ali mesmo e depois partimos em direção ao Morro Do Pai Inácio. Foram mais 100km (+-1:30hr).
Antes de chegar no Morro do Pai Inácio, fizemos uma parada no Poço do Diabo, uma linda cachoeira para banho no Rio Mucugezinho.

O Poço do Diabo, assim como quase todos os rios por aquela região, tem uma cor escura de “coca-cola”, que dá um efeito muito bonito.
A gente já sabia que a subida ao Morro do Pai Inácio, de onde é possível assistir a um lindo pôr do sol, é permitida até 17h. Deixamos pra sair do Rio Mucugezinho já bem perto desse horário, pois as 2 atrações são muito próximas. Porém, perdemos a entrada do Morro do Pai Inácio (total falta de sinalização.. que, por sinal, não tem mesmo muitas placas indicativas para quase nenhuma das atrações). Com isso, nos atrasamos na chegada lá e não conseguimos subir neste dia :/
Dia 2
Não tem problema… a gente não esmorece mesmo! Voltamos lá no dia seguinte cedo, às 9 horas, que é quando abre, e subimos cheios de energia e alegria para contemplar a vista maravilhosa que dá pra ter lá de cima:
Na sequência, após recuperar o fôlego, abastecemos nosso carrinho e partimos para a Gruta da Lapa Doce. A visita na Gruta da Lapa Doce é muito tranquila e dá tempo de curtir bem o lugar. O roteiro tem uns 2.5 km de extensão, passando por dentro da caverna. Não é necessário contratar um passeio para chegar até a Lapa Doce, porém o acesso só é permitido com a presença de guias da própria atração. O serviço já está incluído no preço da entrada: R$ 30 por pessoa.

Já na saída da gruta, depois de passar por uma galeria enorme cheia de estalactites e estalagmites, além diversas outras formações bem interessantes.
Almoçamos por lá, em um restaurante self-service, e depois fomos rumo à Gruta da Pratinha e Gruta Azul. É umas das atrações mais procuradas da Chapada, se não for A mais. Pelo menos foi o local mais cheio de turista que encontramos no roteiro que fizemos. Talvez por ter muitas opções de coisas pra fazer, uma boa infra estrutura, um rio maravilhoso (o rio da Pratinha) para banho, com quiosques servindo petiscos, comidas, bebidas…
Uma boa pedida é fazer flutuação pelo Rio Pratinha. E foi o que fizemos. A flutuação inclui um mergulho dentro de uma caverna, bem escura mesmo, e também um tempinho na parte externa, para ver os peixinhos na água totalmente límpida.
O custo da entrada na Fazenda Pratinha foi de R$ 40 reais por pessoa. As atividades — como flutuação, tirolesa e caiaque — são pagas separadamente. Nós pagamos mais R$40,00 para fazer a flutuação.
Ficamos curtindo um relax por lá até o sol se por e de lá partimos para o Vale do Capão, onde pernoitamos 2 noites.
Até o Vale do Capão foram uns 115 km, em estrada de chão, em obra e à noite rsrs.. Levamos umas 3hrs mais ou menos neste trajeto.. um pouco menos.
Ficamos na Pousada Tarumim, a qual SUPER indico. Excelente mesmo. Demos uma volta no centro do Vale do Capão à noite, para jantar. O lugar é bem pequeno e bem conchegante. Tem uma infra até razoável pelo tamanho do vilarejo.
Dia 3
No dia seguinte, tomamos um café reforçado na pousada (delicioso, por sinal) e rumamos para a Cachoeira da Fumaça. A distância da trilha a pé por cima é de 12 km, ida e volta, sendo que os dois primeiros quilômetros são de subida íngreme; rsrsrs.. Nós fomos num rítmo bom e levamos 1:30 o percurso todo, parando apenas para algumas fotinhas rápidas. Mas quem não estiver bem preparado, pode levar até o dobro deste tempo.
Nível de dificuldade: a trilha tem nível de dificuldade médio e a subida inicial é bem dura.
Não precisa de guia para subir a trilha e não tem cobrança na entrada, apenas doações, para quem quiser fazer e no valor que quiser também.
Após o retorno dos guerreiros em mais quase 1:30 de caminhada na volta (a decida pode parecer mais fácil, mas não é tanto assim…. pro fôlego é mesmo, mas o joelho já não tem a mesma opinião rsrrs), tomamos um banho, fizemos um belo almoço e partimos para a cachoeira do Riachinho.
Dica: a trilha tem trechos alagados. Tivemos que tirar o tênis para passar.. nada demais não.. só pra avisar mesmo rsrsrs.
A Cachoeira do Riachinho tem uma queda de 8 metros e desemboca em piscinas naturais . Muito legal o lugar. Pelo que percebemos, é um ótimo ponto para apreciar o pôr do sol também, porém, ao se aproximar do horário do pôr do sol, o local foi ficando tão cheio que decidimos partir antes do espetáculo rsrsrs.
Dia 4
Ahh esse dia! Esse dia foi demais! Após quase 100 kms em estrada de chão (ora boa, ora ruim, mas com um visual sempre maneiro, com os morros do chapadão ao fundo) e mais uns 60 km em estrada de asfalto, chegamos à cidade de Ibicoara, que é de onde partem os passeios para a Cachoeira do Buracão. Acho que foram umas 3 horas de estrada.
Lá na cidade, paramos em uma agência turística a procura de um guia, pois nesta atração a presença do guia é obrigatória e o caminho para chegar até ela, 28km em estrada de chão, não é muito intuitivo (como eu já comentei, sinalização quase zero). Então, já partir com o guia da cidade acho que é uma boa pedida.
Foi bem rápida a localização da agência e a contratação deste guia.

Quem nos acompanhou foi o guia Gercílio Caires (ou Tico, para facilitar rsrsrs). Ficou em 40,00 por pessoa (120,00 pro guia). Como éramos 3… matemática simples rsrrs.
Olha.. a Cachoeira do Buracão é mais longe, mas a atração é imperdível. Não estava inicialmente no nosso roteiro, justamente pela distância. Mas às vésperas de partirmos para a viagem recebi essa dica da minha amiga Nathalia. Mudei o roteiro e fiquei muito agradecida a ela pela dica.
Após os 28 km de carro em estrada de chão, chegar ao Buracão não é difícil e a trilha reserva ainda outras belas cachoeiras, como o Buracãozinho (uma minicópia do Buracão), a Cachoeira das Orquídeas e a Cachoeira do Recanto Verde.
A trilha até o Buracão tem apenas 3 km (6km, ida e volta) e o grau de dificuldade é de leve a moderado. Você não verá o Buracão até que ultrapasse o corredor de pedras nadando. E essa sensação é simplesmente DEMAIS.

Nadar por meio de um cânion incrível e ao final avistar a grandiosidade que é essa cachoeira, não tem explicação. Só vivenciando mesmo!
Depois de sair da água, a trilha continua para ir até o topo do Buracão, de onde se tem visão espetacular para a queda d’água.
Este dia pernoitamos em Igatu. No caminho, passamos pelo Cemitério Gótico Bizantino, na BA-142, bem próximo da cidade de Mucugê. As construções são do começo do século 19, quando surtos de cólera e varíola atingiram o lugar. Com as epidemias, era necessário um lugar distante da cidade para enterrar os mortos – a influência bizantina veio dos compradores de diamantes de origem turca que viviam aqui. À noite, holofotes colorem o cemitério de azul.
Dia 5
Para chegar na cidade de Igatu, a estradinha é bem estreitinha. Altas ladeiras em chão de pedras, assim como toda a cidade, que é feita de pedra, com construções medievais e coloniais, muito bonitas para serem vistas.
Lá na cidade, fizemos uma visita ao um Museu e Galeria de Artes de Igatu. É um museu ao ar livre, instalado nas ruínas garimpeiras que dão acesso ao espaço, além de possuir um jardim de esculturas e salas expositivas de arte contemporânea. Um charmoso café e creperia compõem um ambiente único e agradável.
Demos uma volta pelas ruínas. Na primeira fase do garimpo de diamantes, durante o século XIX, Igatu foi um próspero povoado no alto da serra, onde residiam cerca de 9000 habitantes. Atualmente este número é perto de 600. A cidade é um verdadeiro museu vivo da história da mineração diamantífera do Brasil e, pela ruínas de pedra que restaram desta época, é conhecida pelo apelido de Machu Picchu brasileira.
Tentamos ir na cachoeira da Califórnia, mas fomos informados que o acesso não era simples e precisaríamos de guia. Como nosso tempo estava meio apertado, acabamos não indo. Neste dia mesmo, já partimos para Valença, de onde pegamos a lancha para nosso último destino desta incrível viagem: Morro de São Paulo. Foram uns 350 km, quase diretos. Paramos apenas para almoçar, em cerca de 6 horas de viagem.
Esses formam os principais pontos que passamos nesse roteiro:
Segue o vídeo com umas cenas:

















