Islândia – Pitoresca e encantadora

Já a algum tempo estava em nossos planos conhecer a Islândia. Mas o mundo é grande e ainda veio a pandemia e segurou a gente em casa por algum tempo. Enfim surgiu a oportunidade e, pra completar, nossos amigos maravilhosos toparam embarcar nessa aventura conosco.

Escolhemos ir no verão, pois o inverno lá é rigoroso. Dá pra imaginar bem como é o inverno lá, dado o frio que é o verão. Apesar do sol, que ajudava muito a esquentar e não se punha nunca (literalmente – não pegamos nenhum minuto de noite lá, no máximo uma penumbra que durou minutos), a temperatura média que pegamos foi em torno de 15ºC durante o dia e em torno de 8ºC durante a “noite”.

Pegamos um voo da Play de Londres direto para Reykjavik.

Pegamos um voo da Play de Londres direto para Reykjavik.

Kúkú CampersNo aeroporto, já tinha um pessoa da Kúkú Campers nos aguardando e fomos direto pra lá pegar nossa “casa-carro” que nos levou para cada cantinho que conhecemos desse país encantador.

Como o post ficou bem grande, vou colocar um índice para facilitar a navegação.

  1. Rodando de motor-home e custos
  2. Roteiro
  3. Dia 1
  4. Círculo Dourado – Geysir
  5. Círculo Dourado – Gullfoss
  6. Círculo Dourado – Thingvellir
  7. Dia 2
  8. Seljalandsfoss
  9. Skógafoss
  10. Sólheimasandur Plane Wreck
  11. Black Sand Beach
  12. Dia 3
  13. Fjaðrárgljúfur
  14. Dverghamrar
  15. Skaftafell – Svartifoss
  16. Jökulsárlón Glacier
  17. Dia 4
  18. Stuðlagil Canyon e Stuðlafoss Waterfall
  19. Dia 5
  20. Mývatn Nature Baths
  21. Goðafoss
  22. Dia 6
  23. Thingvellir – Fissura de Almannagjá e Öxarárfoss
  24. Reikjavik
  25. Blue Lagoon
  26. Link do vídeo no Youtube

 

Rodando de motor-home e custos

Nós super indicamos dar a volta na ilha dessa forma, de motor-home. Tem uns mais básicos, pra galera mais roots, e tem os mais elaborados, bem confortáveis mesmo. Claro que o preço varia bastante de um ao outro e nós optamos por um intermediário, que nos atendeu perfeitamente. Colchão confortável e aquecedor! Pra gente bastou, pois dava pra dormir super bem e recuperar as energias pro dia seguinte.

Os maravilhosos que nos acompanharam nessa aventura

Os maravilhosos que nos acompanharam nessa aventura

Não é permitido pernoitar em qualquer lugar na Islândia. Então todos os dias, no final do dia, nossa missão era localizar um camping para pernoitar. Não era uma missão difícil, pois tem muitos deles esparramados por todo lugar. A gente usava o mapa da gocampers para isso. A dificuldade era que nem sempre a estrutura era a das melhores. Ficamos em diversos tipos de campings lá. Alguns muito bons e outros nem tanto. O principal desafio era encontrar um camping que tivesse banheiro de banho aberto 24 horas. Pois é, nunca tinha visto isso, mas lá vários campings fechavam a parte de banho a partir de 22hrs. E como a gente estava aproveitando cada minuto, a gente chegava nos campings depois das 23hrs. Além disso, alguns cobravam por tempo de banho… isso mesmo… estava lá tomando o banhinho e de repente, bau bau, a água fechava porque o tempo tinha sido atingido 😮 . Uma vez que entendemos a dinâmica foi mais tranquilo se ajustar kkkk.

Antes de entrar na parte do roteiro e atrações, só falar um pouco dos preços. Como todo país Nórdico, a Islândia é bem cara. É o terceiro país com o turismo mais caro do mundo. Pra não entrar em paranoia, a gente não fica fazendo conversões o tempo todo. Pegamos uma base dos preços na moeda local (que a gente chama de “dinheiros” rsrs) e essa passa a ser nossa referência de caro ou barato. Por exemplo, entre 2.000 e 4000 ISK era a nossa base de “aceitável” para os pratos principais e 1500 e 2000 ISK para sobremesas. Acima disso, sabíamos que já era estripulia rsrs. Então, vá preparado pra gastar bem no dia a dia lá. Outra coisa interessante é que dinheiro físico é algo que já quase não se usa mais. Inclusive em alguns estabelecimentos tinham placas informando que não aceitavam dinheiro. Usamos o Wise o tempo todo e funciona muito bem. Sem contar que a conversão é super atrativa.

Cardápio com alguns preços de fast food

Cardápio com alguns preços de fast food

Ah, outra coisa é que em poucos lugares cardápios e informações apareciam em inglês. A grande maioria dos lugares informavam na língua local (como pode ser visto na imagem ao lado). Aí a gente tinha que se apoiar nas imagens mesmo!

 

 

 

Roteiro

Agora vamos ao roteiro. Nós fizemos a volta completa na ilha no sentido anti-horário. A volta toda dá cerca de 1300km, mais os desvios para algumas atrações. No nosso caso, rodamos ao todo 1600 km. A estrada principal (1) é toda asfaltada e muito tranquila de andar. Algumas estradas transversais é que são mais arriscadas. Inclusive nosso carro era proibido de rodar em algumas delas (pela empresa Kúkú).

A cada curva uma paisagem mais deslumbrante que a outra:

No dia que chegamos pegamos o carro e já partimos para o Círculo Dourado. Esse circuito tem cerca de 300 km de extensão e as principais atrações da ilha. Nossa primeira parada foi o Thingvellir. Mas, já estava fechado e deixamos para passar lá na volta. Esse é um dos poucos pontos turísticos que tem horário de funcionamento restrito. A grande maioria fica aberto 24 horas e com os dias infinitos, a gente conseguiu visitar muitos e muitos pontos turísticos.

Percurso dia 1


200 km

Círculo Dourado – Geysir

Daí partimos para o Geysir. Essa é uma das zonas geotermais mais ativas da Islândia e provavelmente do mundo. Embora o nome da região seja Geysir, o ponto mais visitado atualmente é o seu vizinho, Strokkur:

Círculo Dourado – Gullfoss

Fizemos um lanche rápido por ali mesmo no Geysir, a essa altura já era 20hrs, e partimos para a Gullfoss. Foss em irlandês significa cachoeira. Então veremos vários nomes de locais terminando assim por aqui.
A impressionante cascata de 31 metros de altura nos deu bem a noção do tipo de beleza natural que estávamos prestes a desbravar nos próximos dias.

E nesse dia foi “só”. Daí partimos para um camping já no caminho para a nossa aventura do dia seguinte. Chegamos por volta de 23hrs no Fludir Camping. A água lá tinha cheiro fortíssimo de enxofre, mas pra nossa sorte o banho era liberado. Em todos os campings tivemos que pagar o pernoite em valores que variaram de 1500 ISK a 3000 ISK.

Sol da meia noite

Sol da meia noite

Percurso dia 2


150 km.

Seljalandsfoss

Acordamos cedo, pero no mucho, tomamos um café na van mesmo e já pegamos estrada rumo à Seljalandsfoss. Com uma queda de 65 metros de altura, é uma das mais impressionantes do país. Pra quem está preparado para se molhar, é possível fazer um circuito passando por trás dela. Quem não quiser, dá pra ir até certo ponto e depois voltar. Mas sério, a graça aí é justamente esse banhozinho gelado pra acordar bem e seguir pra próxima atração.
E sobre os estacionamentos nas atrações, também era algo que variava bastente. Tinha local com estacionamento público e outros que era necessário pagar uma taxa. Alguns com parquímetros e outros pagamento pelo site na internet.

Skógafoss

Pra variar, um impressionante cenário, digno de filmes e séries como, por exemplo, Vikings. A Skógafoss fica na parte final do rio Skógá e cai sobre um leito de pedras negras que contrastam com o verde esmeralda das encostas. Só vendo mesmo pra entender a magnitude da paisagem. Ao lado da cachoeira tem uma trilha com algumas dezenas de degraus, ao final dos quais é possível admirar toda essa belezura do alto. Na área da cachoeira tem um hotel com um restaurante maravilhoso, onde almoçamos antes de encarar a escadaria. Por sinal, me surpreendi com a comida na Islândia. Muitos restaurantes bons com comidas deliciosas e sobremesas mais deliciosas ainda.

Sólheimasandur Plane Wreck

Com a barriga cheia e esvaziada após a escadaria, partimos para mais uma atividade de gasto calórico: Sólheimasandur Plane Wreck. Para chegar no lugar onde o avião está é preciso deixar o carro em um estacionamento e caminhar cerca de 4 km em trilha de pedrinhas. Tem um shuttle que roda de 30 em 30 minutos nessa trilha. Não me lembro o valor que custava. De qualquer forma, o último shuttle era às 17 e nós chegamos lá depois disso. Além de poder entrar nos destroços do avião, o mais legal é que é um belíssimo visual naquele chão de areia preta e montanhas ao fundo.

Black Sand Beach

Do Sólheimasandur Plane Wreck para a Black Sand Beach foi bem pertinho e pudemos curtir mais um pouco dessa paisagem de fundo preto, que também já foi cenário para a série Vikings.

Dali partimos para uma super pizza e camping, de onde conseguíamos avistar a famosa igrejinha Luterana. Dessa vez não conseguimos pegar o horário do banho e ficou pro outro dia mesmo kkkk.

Percurso dia 3


276 km

Fjaðrárgljúfur

Canyon Fjaðrárgljúfur fica a poucos quilômetros da estrada 1 Sul e a oeste da vila de Kirkjubaejarklaustur. É super pertinho da rodovia. Não estava previsto inicialmente no nosso roteiro passar por ele, mas valeu super a pena! A razão, vocês mesmos podem ver abaixo:

Dverghamrar

Formação basáltica colunar na beirinha da estrada. Ponto que também não estava inicialmente previsto para passarmos.. mas na Islândia tem muito disso.. não precisa planejar demais que a cada quilômetro tem alguma paisagem muito linda para se admirar e fotografar.

Skaftafell – Svartifoss

O Parque Nacional Skaftafell é um dos lugares mais visitados do país, tanto pelos próprios islandeses como por todos os turistas. Existem diversas trilhas dentro do parque, inclusive para a geleira. Mas, como o nosso tempo era escasso, escolhemos apenas uma para fazer e fomos na Svartifoss. As águas dessa cachoeira escorrem por colunas de basalto preto. Svarti em islandês é preto e, como já aprendemos, foss é cachoeira.. logo, cachoeira negra :).

Jökulsárlón Glacier

Mais adiante e também bem na beirinha da estrada a estonteante lagoa de Jökulsárlón, cuja origem é a geleira de Vatnajökull, cenário de Game of Thrones. A geleira Vatnajökull ocupa quase 10% do território Islandês e é considerado o terceiro maior glaciar do mundo e o segundo da Europa. Nesse momento deu uma esfriada “boa” na temperatura e meu casado quase não deu conta do recado, mesmo com as várias camadas que eu estava por baixo.

Fechamos a noite no Z Bistro (maravilhoso) e depois camping. Dessa vez com banho kkk. Pago, mas disponível na hora que chegamos.

Roteiro dia 4


400KM

Stuðlagil Canyon e Stuðlafoss Waterfall

Esse dia de estrada foi bem puxado. Foram 400km. Para aliviar o percurso fizemos várias paradas no caminho. Algumas bem inusitadas, como uma cadeira vermelha no meio do nada, ou uma montanha em formato de pirâmide e outras, simplesmente pela beleza da cena.

Depois desses quilômetros todos rodados, finalmente chegamos no nosso destino do dia: Stuðlagil Canyon. E olha.. valeu a pena cada quilômetro rodado. Primeiro paramos no ponto de vista do Canyon, para avistar de cima. Depois foi preciso fazer uma trilha de 2km +- para chegar dentro do Canyon, mas bem tranquila.

No final do dia ainda teve emoção: pneu furou! Mas, graças a Deus, nada demais. Rapidinho Flavio trocou e já voltamos pra estrada, para chegar na região de Mývatn, onde curtimos deliciosamente suas águas termais no dia seguinte.

Roteiro dia 5


300 km

Mývatn Nature Baths

Agora sim! Depois de andar bastante, trocar pneu, se cansar (no ótimo sentido)… chegou a hora do prêmio: um relax maravilho nas piscinas termais de Mývatn. Essa piscinas ficam em Jardbadshólark, localizada numa zona com uma atividade geotermal altíssima. A água das duas piscinas encontram-se a 41ºC, tendo origem nas nascentes naturais localizadas debaixo do balneário. Além de ser relaxante, a água dos banhos naturais de Mývatn tem propriedades benéficas para a pele e para a saúde. Também tem um leve odor a enxofre, o que é característico das regiões vulcânicas.

Goðafoss

Nosso destino agora é voltar para Reikjavik. Nessa região da ilha, lógico, até tem coisas para fazer, mas não são tão pertinhas da Ring Road. Sendo assim, rumamos de volta para Reikjavik, para poder ir no parque Thingvellir, que não conseguimos ir no primeiro dia, e também para conhecer a cidade. No caminho fizemos uma parada na Goðafoss, que, como a maioria dos atrativos até o momento, é basicamente na beirada da estrada.

Roteiro dia 6


300 Km

Thingvellir –  Fissura de Almannagjá e Öxarárfoss

E então, acabamos por voltar ao Thingvellir, para conferir de perto a fissura de Almannagjá, na qual se separam as placas tectônicas da América do Norte e da Eurásia. O movimento das placas tectônicas faz com que elas se separem em média um centímetro por ano. Para passar entre as placas, basta entrar na região de Almannagjá, que lá estão os 2 paredões. Lá dentro tem outros pontos de interesse para visitar. Nós demos uma rodada geral, num circuito circular e passamos, entre outros pontos, pela cachoeira de Öxarárfoss.

Reikjavik

Saindo lá, paramos os carros próximo à igreja Luterana Hallgrímskirkja, conhecida por sua famosa arquitetura construída inspirada no forma de lava resfriada. Dali, um ponto bem central do centro de Reikjavik, demos uma volta bem legal, passando por ruas bem bonitinhas, cheias de artes nas paredes, restaurantes deliciosos e lojas diversas.

Blue Lagoon

Claro, para fechar essa viagem maravilhosa com chave de ouro, tinha que ser na magnífica Blue Logoon. Gente, que que é aquilo? Nesse dia estava especialmente frio, mas não dava bem para perceber dada a maravilha que é tanto a temperatura da água como o clima do lugar! Nota 1000 para esse lugar!

Segue o link de um vídeo com os pontos mais alto da viagem, aos olhos de Flavio Costa:

Um comentário sobre “Islândia – Pitoresca e encantadora

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *