A Chapada agora é Veadeiros!
A Região Turística da Chapada dos Veadeiros, no nordeste de Goiás, é formada por cinco municípios: Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Teresina de Goiás, Colinas do Sul e São João d’Aliança. A entrada do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, considerado Patrimônio Mundial Natural pela Unesco desde 2001 e administrado hoje pela ICMBio, está localizada no distrito de São Jorge, a 36 km do município de Alto Paraíso de Goiás.
Alto Paraíso de Goiás, localizado a cerca de 400 km de Goiânia e 230 km de Brasília, e o seu distrito, São Jorge, são os destinos mais procurados da chapada. Nessa região, o clima é bem definido: tempo seco de maio a setembro e chuvas começando em outubro e se estendendo até abril. O destino tem bastante procura, não somente pelo ecoturismo que oferece, mas também pelo seu lado esotérico. Esse lado esotérico é motivado principalmente pelo fato do paralelo 14 cortar Alto Paraíso. Essa linha imaginária atravessa também Machu Picchu, no Peru. Além disso, o município está sobre uma enorme placa de quartzo e, segundo os místicos, esses fatores protegem a cidade de desastres naturais e proporcionam boas vibrações.
Todas as chapadas que visitamos no Brasil até hoje costumam ter preços médios próximos para entrada em seus atrativos. Em Nobres, por exemplo, os preços estão na faixa de R$ 50,00 a R$ 70,00. A mais cara de todas que fomos. Na Chapada dos Veadeiros a média do preço cobrado é em torno de R$ 20,00 (ano ref. 2017). Lógico que não é uma regra, um atrativo ou outro foge ao padrão.
Falando um pouquinho agora sobre a nossa experiência na Chapada dos Veadeiros: o feriado que aproveitamos dessa vez foi o do dia do trabalhador. Saímos do Rio na sexta, dia 28 de abril de 2017 e voltamos no dia 2 de maio, bem cedinho, para ainda dar tempo de ir trabalhar. Portanto, foram 3 dias inteiros de chapada e 2 pedaços de dias para deslocamento.
Dia de chegada em Brasília, no início da noite
Chegamos em Brasília por volta de 19 h, alugamos um carro e já fomos direto pra Alto Paraíso de Goiás, local onde havíamos alugado uma casa. O grupo dessa vez era de 10 pessoas, então uma casa foi uma boa opção custo/benefício. A viagem de carro levou cerca de 3 h.
Dia 1
Nosso primeiro destino é o Vale da Lua.
O Vale da Lua fica fora do Parque Nacional, mas fica bem próximo de sua entrada. Para chegar no local das cachoeiras, com formações angulares cavadas nas pedras pelas corredeiras de águas transparentes do rio São Miguel e que dá o nome ao local por fazer lembrar à superfície da lua, é necessário fazer uma trilha fácil de cerca de 600 metros. A caminhada impressiona pela beleza.
Não é necessário contratar guias para ir ao Vale da Lua. O local é realmente bem diferentão e interessante. Os banhos na cachoeira também são demais!
Fechamos o dia nos deliciando nas piscinas de Águas Quentes (Fazenda Barro Vermelho). São duas piscinas naturais de águas termais a 16 km de São Jorge. A trilha é super leve, por dentro da mata, e não demora nem cinco minutos até avistarmos as piscinas de águas quentes.
De noite a temperatura cai um pouco e o pessoal as utiliza para relaxar depois das trilhas pela região. Nós também!
Dia 2
No segundo dia partimos para conhecer a famosa e deslumbrante Cachoeira de Santa Bárbara. Ela fica em Cavalcante, em um dos núcleos da comunidade Kalunga. Saindo de Alto Paraíso de Goiás, são cerca de 90 km em uma estrada de terra na qual nossos motoristas empolgados chegaram a simular um Rally 😱.
Lá no município é obrigatória a contratação de guias treinados para acompanhar a caminhada. Tem horário marcado para ir à cachoeira, pois é limitado o número de pessoas acessando por vez. O passeio é combinado com a visita à Cachoeira da Capivara, justamente para preencher o tempo até chegar a sua hora de partir para a Santa Bárbara.
Nosso horário ficou agendado para parte da tarde, então aproveitamos o final da manhã e partimos para a da Capivara. Do ponto onde se contrata o guia até o estacionamento é bem perto. Depois que começa a trilha a pé, são cerca de 800 m de caminhada entre trechos fáceis, trechos bem chatinhos e até um pouco perigosos (já chegando na parte de baixo da cachoeira). Tem uma parte mais íngreme da trilha que é entre pedras – exigindo uma atenção maior. Para facilitar o trânsito de pessoas, foi construída uma estrutura de madeira que facilita a chegada à cachoeira.
Chegada nossa hora e depois de curtirmos bastante na Cachoeira da Capivara, partimos para a tão esperada Cachoeira de Santa Bárbara. Ela tem 35 metros de queda, é das mais bonitas da região e forma um poço de água cristalina, com pontos esverdeados e azuis, ótimo para um mergulho. Tem os horários melhores para pegar o sol incindindo na angulação perfeita e gerando uma imagem mais bonita ainda. Infelizmente, não foi o horário que pegamos, mas o visual foi bonito o suficiente. A água é agradável também. Apesar de ser cachoeira, não é tão gelada e dá pra ficar de boa debaixo da queda.
O único porém que tenho a declarar a respeito desse passeio é a grande quantidade de pessoas ao mesmo tempo. Apesar das regras de limitação de pessoas por vez, achei o lugar bem cheio e às vezes foi difícil encontrar um canto pra se encostar em meio às pedras e a tanta gente. Na cachoeira da Capivara, cheguei a achar perigoso!
Dia 3
No terceiro dia fizemos alguns passeios com trilhas mais leves, pra poder curtir mais as cachoeiras. Então, fomos no complexo de cachoeiras da Fazenda Loquinhas e Cachoeira dos Cristais, ambas bem próximas de Alto Paraíso.
Na Louquinhas existem dezoito poços e quedas d’água com cor de esmeralda e o circuito é muito tranquilo, com excelente infraestrutura, fácil acesso e macaquinhos soltos fazendo graçoilas.
Alguns dos pontos altos do roteiro são o Poço Xamã, com uma nascente que deixa a água extremamente transparente, a Cachoeira do Poço do Sol e a Cachoeira do Poço Pajé:
Fiquei extremamente feliz com esse passeio.. super tranquilo, agradável e lindo!
Depois, partimos para o último, mas não menos importante, ponto de visita: A Cachoeira dos Cristais. Fica bem perto de Alto Paraíso. Na propriedade tem diversos serviços à disposição, como restaurante, lanchonete, área de descanso com redes, etc.
A Cachoeira dos Cristais é na verdade um complexo de cachoeiras que tem a Véu de Noiva como a principal queda d’água. As demais cachoeiras são menores, mas ótimas para banho. São mais ou menos 500 m de trilha até se alcançar a última atração do trajeto.
Antes de partir de volta pra Brasília, tentamos dar uma passada no Parque Nacional, mas acabamos chegando perto da hora de fechar e não nos deixaram entrar. Fica aí o registro da nossa passada por lá e dívida que temos que pagar, voltando lá pra conhecer o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Relato perfeito!
Sem dúvidas, uma das viagens mais legais que já fiz! Fica aqui o apelo pela próxima